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Guia de Laboratório para Identificação de Bactérias Patogênicas de Plantas PDF Download




Introdução




As bactérias fitopatogênicas são microrganismos que causam doenças nas plantas, afetando seu crescimento, rendimento, qualidade e sobrevivência. Bactérias patogênicas de plantas podem infectar várias partes da planta, como raízes, caules, folhas, flores, frutos e sementes, e causar sintomas como murcha, necrose, cancros, galhas, manchas, ferrugem, podridão e tumores. As bactérias fitopatogênicas também podem transmitir toxinas, fitohormônios e outras moléculas que interferem na fisiologia normal da planta. Alguns exemplos de bactérias fitopatogênicas são Agrobacterium tumefaciens, que causa a galha da coroa; Xanthomonas campestris, que causa a podridão negra das crucíferas; Pseudomonas syringae, que causa a mancha bacteriana do tomate; e Xylella fastidiosa, que causa a doença de Pierce da videira.




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Bactérias fitopatogênicas são importantes porque podem causar perdas significativas na produção e qualidade das culturas, afetando a segurança alimentar e a economia. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as doenças de plantas causadas por bactérias e outros patógenos representam cerca de 10-16% das perdas globais de colheitas anualmente. Além disso, as bactérias fitopatogênicas podem representar uma ameaça à biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos, pois podem infectar plantas nativas e alterar suas interações com outros organismos. As bactérias fitopatogênicas também podem representar um risco para a saúde humana e animal, pois algumas delas podem produzir toxinas ou alérgenos que podem contaminar os alimentos ou causar infecções.


Portanto, é essencial identificar bactérias fitopatogênicas para diagnosticar doenças de plantas, monitorar sua ocorrência e distribuição, prevenir sua disseminação e introdução e desenvolver estratégias de manejo eficazes.A identificação de bactérias fitopatogênicas pode ser feita em laboratório usando vários métodos que dependem das características fenotípicas ou genotípicas da bactéria. Neste artigo, revisaremos alguns dos métodos mais comuns utilizados para identificação bacteriana em laboratório, bem como suas vantagens e desvantagens. Também forneceremos um link para baixar um arquivo PDF que contém um guia de laboratório abrangente para identificação de bactérias patogênicas de plantas.


Como identificar bactérias fitopatogênicas em laboratório?




Métodos fenotípicos




Os métodos fenotípicos são baseados nas características observáveis ou mensuráveis das bactérias, como sua morfologia, propriedades de coloração, padrões de crescimento, reações bioquímicas e perfis antigênicos. Os métodos fenotípicos são geralmente simples, baratos e amplamente disponíveis, mas também podem ser demorados, trabalhosos, subjetivos e imprecisos.


Métodos genotípicos




Os métodos genotípicos são baseados na análise do material genético (DNA ou RNA) das bactérias, como suas sequências de nucleotídeos, padrões de restrição, sinais de hibridização ou espectros de massa. Os métodos genotípicos são geralmente rápidos, sensíveis, específicos, objetivos e precisos, mas também podem ser complexos, caros e requerem equipamentos e conhecimentos especializados.


Métodos fenotípicos para identificação bacteriana




Características morfológicas e de coloração




O primeiro passo para identificar bactérias é observar suas características morfológicas ao microscópio. Isso inclui sua forma (cocos, bacilos, espirilos), tamanho (micrômetros), arranjo (singulares, pares, cadeias, aglomerados) e motilidade (flagelos, pili, deslizamento). Algumas bactérias também podem formar esporos, cápsulas ou camadas de lodo que podem ser observadas ao microscópio. As características morfológicas podem ajudar a restringir os possíveis grupos ou gêneros bacterianos, mas não são suficientes para identificar as espécies ou cepas de bactérias.


O próximo passo é corar as bactérias usando diferentes corantes ou reagentes que possam revelar sua estrutura de parede celular, atividade metabólica ou composição antigênica. Os métodos de coloração mais comuns são a coloração de Gram, a coloração ácido-resistente e a coloração de endosporos. A coloração de Gram diferencia as bactérias em Gram-positivas (roxo) e Gram-negativas (rosa) com base na presença ou ausência de uma espessa camada de peptidoglicano em sua parede celular. A coloração ácido-resistente diferencia as bactérias em ácido-resistentes (vermelho) e não-ácido-resistentes (azul) com base em sua capacidade de reter um corante chamado carbol fucsina após a exposição a uma solução ácido-alcoólica. A coloração do endosporo diferencia as bactérias em formadoras de esporos (verde) e não formadoras de esporos (vermelho) com base em sua capacidade de produzir estruturas resistentes chamadas endosporos. As características de coloração podem ajudar a classificar ainda mais as bactérias em grupos ou famílias específicas, mas ainda não são suficientes para identificar as espécies ou cepas de bactérias.


Crescimento e características bioquímicas




O próximo passo é cultivar as bactérias em diferentes meios e sob diferentes condições que possam testar seu crescimento e características bioquímicas. Isso inclui suas necessidades nutricionais, preferências ambientais, vias metabólicas, atividades enzimáticas e reações químicas. Alguns exemplos de meios e testes comumente usados para identificação bacteriana são: - Ágar nutritivo: um meio de uso geral que suporta o crescimento da maioria das bactérias. - Agar sangue: meio que contém células sanguíneas e detecta a atividade hemolítica de bactérias. - Ágar MacConkey: um meio que contém lactose e sais biliares e diferencia as bactérias com base em sua capacidade de fermentar a lactose e tolerar a bile. - Agar sal manitol: um meio que contém manitol e sal e diferencia as bactérias com base em sua capacidade de fermentar o manitol e tolerar o sal. - Teste da catalase: teste que detecta a produção da enzima catalase pelas bactérias.- Teste da oxidase: teste que detecta a produção da enzima oxidase pelas bactérias. - Teste de indol: teste que detecta a produção de indol por bactérias a partir do triptofano. - Teste do vermelho de metila: teste que detecta a produção de ácidos mistos por bactérias a partir da glicose. - Teste de Voges-Proskauer: teste que detecta a produção de acetoína por bactérias a partir da glicose. - Teste do citrato: teste que detecta a utilização do citrato pelas bactérias como única fonte de carbono.


O crescimento e as características bioquímicas podem ajudar a identificar o gênero ou espécie de bactéria, mas também podem variar dependendo da cepa ou isolado de bactéria.


Testes sorológicos e imunológicos




A etapa final é a realização de testes sorológicos e imunológicos que possam detectar a presença de antígenos ou anticorpos específicos na superfície da bactéria. Os antígenos são moléculas que podem provocar uma resposta imune em um organismo hospedeiro, enquanto os anticorpos são proteínas que podem se ligar a antígenos e neutralizá-los. Os testes sorológicos e imunológicos usam anticorpos ou antígenos específicos que podem reconhecer e reagir com a bactéria alvo, produzindo um sinal visível como aglutinação, precipitação, fluorescência ou mudança de cor. Alguns exemplos de testes sorológicos e imunológicos comumente utilizados para a identificação bacteriana são: - Teste de aglutinação: teste que utiliza anticorpos ligados a partículas como látex ou glóbulos vermelhos e causa aglutinação de bactérias que possuem os antígenos correspondentes. - Teste de precipitação: teste que utiliza anticorpos dissolvidos em meio líquido e provoca precipitação de bactérias que possuem os antígenos correspondentes. - Teste de anticorpo fluorescente: teste que utiliza anticorpos marcados com corantes fluorescentes e causa fluorescência de bactérias que possuem os antígenos correspondentes sob luz ultravioleta.- Ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA): um teste que utiliza anticorpos ligados a uma enzima e provoca mudança de cor de um substrato quando se ligam a bactérias que possuem os antígenos correspondentes. - Ensaio imunocromatográfico (ICA): teste que utiliza anticorpos ligados a partículas coloridas e provoca mudança de cor de uma tira quando se ligam a bactérias que possuem os antígenos correspondentes.


Os testes sorológicos e imunológicos podem ajudar a identificar a espécie ou cepa da bactéria, mas também podem exigir reagentes, equipamentos e conhecimentos específicos.


Métodos genotípicos para identificação bacteriana




Reação em cadeia da polimerase (PCR) e suas variantes




A PCR é uma técnica que amplifica regiões específicas do DNA de uma amostra usando primers, nucleotídeos e DNA polimerase. A PCR pode ser usada para identificar bactérias visando genes ou regiões específicas que são únicas ou conservadas entre diferentes grupos ou espécies bacterianas. A PCR também pode ser modificada para detectar diferentes tipos de variações de DNA, como polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), inserções, deleções ou rearranjos. Alguns exemplos de variantes de PCR comumente usadas para identificação bacteriana são: - Multiplex PCR: uma PCR que usa vários pares de primers para amplificar várias regiões do DNA simultaneamente. - PCR em tempo real: PCR que utiliza sondas fluorescentes ou corantes para monitorar a amplificação do DNA em tempo real e quantificar a quantidade de DNA na amostra. - PCR de transcrição reversa (RT-PCR): uma PCR que usa a transcriptase reversa para converter o RNA em DNA e depois amplificá-lo usando primers. - PCR de DNA polimórfico amplificado aleatoriamente (RAPD): um PCR que usa primers aleatórios para amplificar regiões arbitrárias de DNA e gerar padrões de impressão digital de fragmentos de DNA. - PCR de polimorfismo de comprimento de fragmento amplificado (AFLP): uma PCR que usa enzimas de restrição para cortar o DNA em fragmentos e depois amplificá-los usando primers seletivos.- PCR palindrômico extragênico repetitivo (REP): um PCR que usa primers que visam sequências repetitivas nas regiões intergênicas de genomas bacterianos e geram padrões de impressão digital de fragmentos de DNA.


A PCR e suas variantes podem ajudar a identificar a espécie ou cepa de bactéria, mas também podem exigir primers, sondas, enzimas e equipamentos específicos.


Hibridização e Sequenciamento de DNA




A hibridação de DNA é uma técnica que mede o grau de semelhança ou diferença entre duas amostras de DNA comparando sua capacidade de pareamento de bases. A hibridização do DNA pode ser realizada em diferentes formatos, como dot blot, Southern blot ou microarray. A hibridização do DNA pode ser usada para identificar bactérias, visando genes ou regiões específicas que são únicas ou conservadas entre diferentes grupos ou espécies bacterianas. Alguns exemplos de métodos de hibridização de DNA que são comumente usados para identificação bacteriana são: - Hibridização de genes de RNA ribossômico (rRNA): um método de hibridização que tem como alvo os genes 16S ou 23S rRNA, que são altamente conservados e variáveis entre diferentes bactérias e podem ser usados para inferir suas relações filogenéticas. - Hibridização in situ fluorescente (FISH): um método de hibridização que usa sondas fluorescentes para atingir genes ou regiões específicas em células intactas e visualizá-las ao microscópio. - Hibridização DNA-DNA: um método de hibridização que compara a semelhança ou diferença geral entre duas amostras de DNA de genoma completo, medindo sua temperatura de fusão ou taxa de reassociação.


O sequenciamento de DNA é uma técnica que determina a ordem exata dos nucleotídeos em uma amostra de DNA. O sequenciamento de DNA pode ser realizado usando diferentes métodos, como sequenciamento de Sanger, pirosequenciamento ou sequenciamento de próxima geração. O sequenciamento de DNA pode ser usado para identificar bactérias analisando suas sequências de todo o genoma ou genes ou regiões específicas que são únicas ou conservadas entre diferentes grupos ou espécies bacterianas.Alguns exemplos de métodos de sequenciamento de DNA comumente usados para identificação bacteriana são: - Sequenciamento do gene 16S rRNA: um método de sequenciamento que tem como alvo o gene 16S rRNA, que é altamente conservado e variável entre diferentes bactérias e pode ser usado para inferir suas relações filogenéticas. - Multilocus sequence tiping (MLST): um método de sequenciamento que tem como alvo vários genes housekeeping, que são essenciais e estáveis entre diferentes bactérias e podem ser usados para distinguir suas linhagens clonais. - Análise de sequência multilocus (MLSA): um método de sequenciamento que visa vários genes não domésticos, que são variáveis e informativos entre diferentes bactérias e podem ser usados para inferir sua história evolutiva. - Sequenciamento do genoma completo (WGS): um método de sequenciamento que determina a sequência completa do genoma de uma bactéria e pode ser usado para comparar suas características genéticas com outras bactérias.


A hibridização e o sequenciamento do DNA podem ajudar a identificar as espécies ou cepas de bactérias, mas também podem exigir sondas, primers, enzimas e equipamentos específicos.


Tempo de dessorção/ionização de laser assistido por matriz de espectrometria de massa de voo (MALDI-TOF MS)




MALDI-TOF MS é uma técnica que mede a relação massa-carga de moléculas em uma amostra usando um feixe de laser e um campo elétrico. MALDI-TOF MS pode ser usado para identificar bactérias analisando seus perfis de proteínas ou biomarcadores. Os perfis proteicos ou biomarcadores são gerados extraindo proteínas de células bacterianas e aplicando-as a uma matriz sobre uma placa de metal. A matriz absorve a energia do laser e a transfere para as proteínas, fazendo com que sejam dessorvidas e ionizadas. As proteínas ionizadas são então aceleradas por um campo elétrico e detectadas por um espectrômetro de massa. A relação massa/carga das proteínas reflete seu peso molecular e estrutura, que podem ser comparados com bancos de dados de referência para identificar as bactérias.


O MALDI-TOF MS pode ajudar a identificar as espécies ou linhagens de bactérias, mas também pode exigir matrizes, calibradores e equipamentos específicos.


Vantagens e desvantagens de diferentes métodos




A tabela abaixo resume as vantagens e desvantagens dos diferentes métodos de identificação bacteriana discutidos neste artigo.


Método Vantagens Desvantagens --- --- --- Características morfológicas e de coloração Simples, barato, amplamente disponível Demorado, trabalhoso, subjetivo, impreciso Crescimento e características bioquímicas Simples, barato, amplamente disponível Demorado, trabalhoso, variável, impreciso Testes serológicos e imunológicos Rápido, sensível, específico Complexo, caro, requer reagentes, equipamentos e expertise PCR e suas variantes Rápido, sensível, específico Complexo, caro, requer primers, sondas, enzimas e equipamentos Hibridização e sequenciamento de DNA Rápido, sensível, específico Complexo, caro, requer sondas, primers, enzimas e equipamentos MALDI-TOF MS Rápido, sensível, específico Complexo, caro, requer matrizes, calibradores e equipamentos Conclusão




A identificação de bactérias fitopatogênicas é essencial para diagnosticar doenças de plantas, monitorar sua ocorrência e distribuição, prevenir sua disseminação e introdução e desenvolver estratégias de manejo eficazes. A identificação de bactérias fitopatogênicas pode ser feita em laboratório usando vários métodos que dependem das características fenotípicas ou genotípicas da bactéria. Os métodos fenotípicos são baseados nas características observáveis ou mensuráveis das bactérias, como sua morfologia, propriedades de coloração, padrões de crescimento, reações bioquímicas e perfis antigênicos. Os métodos genotípicos são baseados na análise do material genético (DNA ou RNA) das bactérias, como suas sequências de nucleotídeos, padrões de restrição, sinais de hibridização ou espectros de massa.Cada método tem suas próprias vantagens e desvantagens em termos de simplicidade, custo, disponibilidade, velocidade, sensibilidade, especificidade, objetividade e precisão. Portanto, é importante escolher o método ou combinação de métodos mais adequado para cada caso, dependendo dos recursos disponíveis, da finalidade da identificação e do nível de resolutividade exigido.


Se você estiver interessado em aprender mais sobre os métodos de laboratório para identificação de bactérias fitopatogênicas, você pode baixar um arquivo PDF que contém um guia de laboratório abrangente para este tópico. O arquivo PDF abrange os princípios, procedimentos, resultados e interpretações de vários métodos fenotípicos e genotípicos, bem como suas aplicações e limitações. O arquivo PDF também fornece referências, glossário e apêndices para leitura e consulta adicionais. Para baixar o arquivo em PDF, clique no link abaixo:



perguntas frequentes




Aqui estão algumas perguntas e respostas frequentes sobre os métodos laboratoriais para identificação de bactérias fitopatogênicas:


P: Qual é a diferença entre métodos fenotípicos e genotípicos?




R: Os métodos fenotípicos são baseados nas características observáveis ou mensuráveis das bactérias, como sua morfologia, propriedades de coloração, padrões de crescimento, reações bioquímicas e perfis antigênicos. Os métodos genotípicos são baseados na análise do material genético (DNA ou RNA) das bactérias, como suas sequências de nucleotídeos, padrões de restrição, sinais de hibridização ou espectros de massa.


P: Quais são as vantagens e desvantagens dos métodos fenotípicos?




R: Os métodos fenotípicos são geralmente simples, baratos e amplamente disponíveis, mas também podem ser demorados, trabalhosos, subjetivos e imprecisos.


P: Quais são as vantagens e desvantagens dos métodos genotípicos?




R: Os métodos genotípicos são geralmente rápidos, sensíveis, específicos, objetivos e precisos, mas também podem ser complexos, caros e requerem equipamentos e conhecimentos especializados.


P: Quais são alguns exemplos de métodos fenotípicos?




R: Alguns exemplos de métodos fenotípicos são características morfológicas e de coloração, características de crescimento e bioquímicas, testes sorológicos e imunológicos.


P: Quais são alguns exemplos de métodos genotípicos?




R: Alguns exemplos de métodos genotípicos são PCR e suas variantes, hibridização e sequenciamento de DNA e MALDI-TOF MS. 0517a86e26


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